Viagem a Parintins: o caminho que nos leva à ilha do boi-bumbá

segunda-feira, 10 de julho de 2017


No Amazonas, além dos tradicionais festejos juninos, o mês de junho traz consigo uma magia especial. No coração da Amazônia, a 445 quilômetros da capital Manaus, uma ilha se enfeita de azul e vermelho para sediar um dos maiores espetáculos culturais a céu aberto do mundo: o Festival Folclórico de Parintins.


Os donos da festa são os bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul) que por três noites, geralmente no último fim de semana de junho, na arena do “Bumbódromo”, encantam e emocionam torcedores e turistas de diversas partes do mundo que chegam à ilha especialmente para o festival. E a viagem até curtir a festa começa ao sair de casa.

Parintins é um dos municípios mais populosos do Estado com aproximadamente 112,7 mil habitantes,  segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar até a cidade é preciso utilizar o transporte aéreo ou hidroviário, sendo este último o meio mais econômico de viajar durante o período de festa. As passagens áreas durante o festival chegam a triplicar em relação ao valor aplicado durante os demais meses do ano.

Os rios são os caminhos mais longos, porém, mais baratos. Há duas formas de se chegar a Parintins percorrendo o rio Amazonas: de barco que leva até 18 horas de viagem e de lancha “ajatos”, com viagens que duram entre 8h e 10h. Há diferentes modelos de “ajatos”, menores e maiores (geralmente mais confortáveis), com passagens que variam de R$ 180 a R$ 300.

Este ano, minha viagem foi de barco dois dias antes do início do festival. A embarcação escolhida foi o navio N/M Lady Cristina, com passagem de ida no valor variando entre R$ 100 e R$ 150. O ponto de partida é a área da Manaus Moderna, no Centro, popularmente conhecida como “Escadaria”. Por esse valor, é possível encontrar inúmeros barcos nesse local com destino à ilha. Escolhi o “Lady” por já ter viajado nele para outro município.

Conforme programado, o barco partiu de Manaus na quarta-feira, 28, às 19h, sem atraso. Por mais que a viagem seja demorada, é uma ótima opção para o turista que deseja apreciar a natureza e a imensidão do rio Amazonas. Vale ressaltar, que nos barcos a viagem é feita em redes. Então se você espera conforto, não vá de barco. Os camarotes com camas tipo beliche são bem mais caros (No caso do barco que eu fui, o camarote estava custando mais de R$ 1,5 mil com direito a hospedagem nele durante o festival).


Ainda em Manaus, a Capitania dos Portos realiza a fiscalização da embarcação e é feita a contagem dos passageiros. Procedimento chato e cansativo, pois, todos os passageiros têm que descer da embarcação, porém, padrão e necessário para nossa segurança. Como tudo é festa, a maioria dos barcos parte de Manaus já no ritmo de  boi-bumbá com shows que duram a noite toda. No meu caso, um DJ comandou a festa durante boa parte da viagem.

Sem qualquer imprevisto, seguimos viagem tranquilamente pelo rio Amazonas. Da área aberta do barco é possível contemplar o céu limpo de poluição e observar as estrelas. Uma das maiores recompensas da viagem. Nos barcos também são feitas as refeições já inclusas no valor pago. No caso, café da manhã e almoço, produzidos pelas equipes na própria embarcação.

Por volta das 15h30, da quinta-feira, 29, chegamos à ilha da magia e ao longe, ainda do barco, já era possível ver que ela estava fervilhando. Mas isso, vou deixar para contar no próximo post.