Como uma canção

quinta-feira, 23 de abril de 2015




Como a melodia de uma canção, a gente se afina. Eu vou com dó e ela me traz um fá. Eu digo sim, e ela me deixa para lá.

Buscamos um tom para cantar e, mesmo sem rima, não desistimos de tentar. Eu levanto a voz, ela pede para eu baixar. Eu tento sair, ela pede para eu ficar. Eu entro e ela não quer mais. Eu já não sei do que ela é capaz.

E assim, meio sem dom, o nosso som vai nascendo. Meio sem forma, meio sem cor, talvez com uma pitada de dor, carinho e, claro, amor.

Eu quero sim. Ela também. E como já diria alguma canção: que mal isso tem?