Um tom de cinza

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014







Tenho a roupa molhada da chuva do caminho que percorri do carro até a sala.  Enquanto esperava o elevador, cochilei em pé. Fui acordada por uma voz forte e desconhecida. Foram 10 segundos...pareceram 30 dias. 

Sentei entre o computador e uma janela. Pelos dois, consigo ver o reflexo do dia nublado la fora. Tudo está cinza, assim como meus pensamentos. Tem algumas gotas de chuvas na janela, talvez menos intensas que as lágrimas que derramei na noite passada. 

Minha cabeça gira a uma velocidade que minha lógica não consegue acompanhar. Desliguei a razão e a ilusão assumiu o comando dos meus dias. 

Amigos mais próximos dizem que estou fazendo isso muito errado. Me chamam de burra... com razão, eu assumo. Por falar nisso, tem alguém querendo conversar comigo. Não conheço, mas diz que quer me ajudar. Isso me assusta. Não preciso de ajuda.

Acho que a chuva parou... mas tudo ainda está escuro. Há um espaço enorme entre mim, a janela e la fora. Distâncias nunca são relativas. Há três dias, eu esperava acompanhar o pôr-do-sol, mas não tinha luz, não tinha brilho, não teve tempo. Não teve tempo e nem convite.