De você sei quase nada

sábado, 13 de julho de 2013


O ano é 2010. Tudo ainda era nada e nada era tudo. Quando eu digo que não podemos esperar nada do futuro é porque realmente não podemos prever o que irá acontecer. Hoje ao ver uma imagem minha imagem desenhada eu senti saudade. Uma saudade do que na prática nem conheci. Uma saudade que me faz ver o  quanto errei. Uma saudade que mais do que nunca me faz querer esquecer os últimos três anos da  minha vida e arriscar um outro jogo.

Minha maior preocupação era "não ser tão inteligente quanto". Não ter lido tantos livros, não saber desenhar, não usar palavras difíceis, não entender as piadas nerds, não ser médica...De fato, isso nem era preocupação. Era tudo tão fácil, tão simples, tão real mesmo sendo irreal. Algo em comum? House. Dr. House. Eu lembro do desenho. "Faz um meu?", "Faço!" fez e eu achei perfeito. Também era até legal ser um pouco ignorante. Uberlândia ou Uberaba? Onde ficam? Não era brincadeira, eu não sabia, e pra ser sincera, os três anos que se passaram não me deixaram tempo pra procurar saber. Uma pena. Deveria ter procurado. Por que não procurei?

Olha, hoje, não sei porque deu saudade. Saudade de chegar correndo e contar o dia numa longa conversa. De contar o que escrevi, o que fiz e dizer, "pera, vou dormir". Mas sabe o que é pior? Passei 45 minutos tentando lembrar seu nome..achei que não fosse conseguir, mas lembrei. De você sei quase nada, de onde veio, pra onde foi e por que veio? E se ainda é...
Vi meu desenho hoje, acho que nunca agradeci. Obrigada, eu amei. Só que em três anos, eu mudei. 



"De você sei quase nada. Pra onde vai ou porque veio Nem mesmo sei Qual é a parte da tua estrada No meu caminho Será um atalho Ou um desvio Um rio raso Um passo em falso Um prato fundo Pra toda fome Que há no mundo Noite alta que revele Um passeio pela pele Dia claro madrugada De nós dois não sei mais nada De você sei quase nada Pra onde vai ou porque veio Nem mesmo sei Qual é a parte da tua estrada No meu caminho Será um atalho Ou um desvio Um rio raso Um passo em falso Um prato fundo Pra toda fome Que há no mundo Se tudo passa como se explica O amor que fica nessa parada Amor que chega sem dar aviso Não é preciso saber mais nada"