Todo mundo já deve ter passado por uma situação dessas. Se não passou ainda vai passar. O que você sente quando percebe que todos os olhares se voltam para você?
Independente de ser algo grandioso ou não, quando isso acontece geralmente ficamos sem graça, com vergonha ou constrangido, essa última situação foi citada por uma das minhas seguidoras, quando questionei no Twitter o que meus seguidores sentiam quando isso acontecia.
Então, escrevo o texto enquanto a TV está ligada no noticiário exibindo ao vivo “O presidente dos EUA, Barack Obama, deixa o Brasil”. No aeroporto há vários repórteres e as câmeras estão todas voltadas para a direção dos não sei quantos aviões da comitiva americana.
Por dois dias tenho certeza que vários olhares, principalmente dos brasileiros, estiveram voltados para a “visita” do presidente da maior potência do mundo ao nosso País. Mas, como se sente o presidente numa situação dessas? Ele já deve está acostumado. E sua esposa, a primeira-dama Michelle Obama que demonstrou carisma, simpatia e atenção com quem teve oportunidade de dividir o mesmo espaço. Será que é possível se acostumar por ser sempre o centro das atenções. E as crianças? Deve ser difícil receber tantos olhares ao mesmo tempo.
Sábado minha amiga Renata Fonseca casou. Acredito que tenha sido um dos momentos mais felizes da vida dela. E ao entrar na igreja, com todos os olhares voltados para sua direção foi algo emocionante, afirmou isso porque refletia em seu rosto. Logo mais, cedo ela falou que sentia algo que definiu como “tremilique”.

Outro dia eu saí da secretaria e fui ao Manauara Shopping. Ia de táxi, mas quando botei o pé fora da secretaria o ônibus – que me deixaria na frente do shopping – passou, eu fiz parada e entrei. Sentei no final do ônibus na última cadeira.
Ao pegar a rua Belo Horizonte o trânsito estava horrível. Então o motorista, com o intuito de desviar o caminhou gritou:
- Alguém aí vai ficar no Manauara?
Enquanto eu discretamente levantei a mão, um homem gritou:
- Ninguém vai descer lá não. Pode desviar!
Ai a cobradora disse:
- A moça lá atrás vai ficar....
Simplesmente todos os olhares voltaram para mim. E eu fiquei morrendo de vergonha. Tipo, o povo deve ter pensando “vamos pegar todo o engarrafamento só por causa dessa criatura?”. E era só eu que ia ficar no Manauara, todos pegariam o engarrafamento por minha culpa. Senti que vários passageiro queriam jogar pedras em mim.
Enfim, dei uma volta mais longa no ônibus e ao invés de ficar na rua Paraíba fiquei na Recife. Pelo menos, não me chamaram de "vaca", "puta", ou algo do tipo. - eu acho.
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