No Amazonas, além dos
tradicionais festejos juninos, o mês de junho traz consigo uma magia especial.
No coração da Amazônia, a 445 quilômetros da capital Manaus, uma ilha se
enfeita de azul e vermelho para sediar um dos maiores espetáculos culturais a
céu aberto do mundo: o Festival Folclórico de Parintins.
Os donos da festa são os bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul) que por três noites, geralmente no
último fim de semana de junho, na arena do “Bumbódromo”, encantam e emocionam
torcedores e turistas de diversas partes do mundo que chegam à ilha especialmente
para o festival. E a viagem até curtir a festa começa ao sair de casa.
Parintins é um dos municípios
mais populosos do Estado com aproximadamente 112,7 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Para chegar até a cidade é preciso utilizar o transporte aéreo
ou hidroviário, sendo este último o meio mais econômico de viajar durante o período de festa. As passagens áreas durante o festival chegam a
triplicar em relação ao valor aplicado durante os demais meses do ano.
Os rios são os caminhos mais
longos, porém, mais baratos. Há duas formas de se chegar a Parintins
percorrendo o rio Amazonas: de barco que leva até 18 horas de viagem e de lancha “ajatos”,
com viagens que duram entre 8h e 10h. Há diferentes modelos de “ajatos”,
menores e maiores (geralmente mais confortáveis), com passagens que variam de
R$ 180 a R$ 300.
Este ano, minha viagem foi de
barco dois dias antes do início do festival. A embarcação escolhida foi o navio
N/M Lady Cristina, com passagem de ida no valor variando entre R$ 100 e R$ 150.
O ponto de partida é a área da Manaus Moderna, no Centro, popularmente
conhecida como “Escadaria”. Por esse valor, é possível encontrar inúmeros
barcos nesse local com destino à ilha. Escolhi o “Lady” por já ter viajado nele
para outro município.
Conforme programado, o barco
partiu de Manaus na quarta-feira, 28, às 19h, sem atraso. Por mais que a viagem
seja demorada, é uma ótima opção para o turista que deseja apreciar a natureza
e a imensidão do rio Amazonas. Vale ressaltar, que nos barcos a viagem é feita
em redes. Então se você espera conforto, não vá de barco. Os camarotes com camas
tipo beliche são bem mais caros (No caso do barco que eu fui, o camarote estava
custando mais de R$ 1,5 mil com direito a hospedagem nele durante o festival).
Ainda em Manaus, a Capitania dos
Portos realiza a fiscalização da embarcação e é feita a contagem dos
passageiros. Procedimento chato e cansativo, pois, todos os passageiros têm que
descer da embarcação, porém, padrão e necessário para nossa segurança. Como tudo
é festa, a maioria dos barcos parte de Manaus já no ritmo de boi-bumbá com shows que duram a noite toda.
No meu caso, um DJ comandou a festa durante boa parte da viagem.
Sem qualquer imprevisto, seguimos
viagem tranquilamente pelo rio Amazonas. Da área aberta do barco é possível
contemplar o céu limpo de poluição e observar as estrelas. Uma das maiores
recompensas da viagem. Nos barcos também são feitas as refeições já inclusas no
valor pago. No caso, café da manhã e almoço, produzidos pelas equipes na própria embarcação.
Por volta das 15h30, da
quinta-feira, 29, chegamos à ilha da magia e ao longe, ainda do barco, já era possível ver que
ela estava fervilhando. Mas isso, vou deixar para contar no próximo post.
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