Com mais de uma hora de atraso a banda "A Banca" formada por ex-integrantes do Charlie Brown Jr (CBJr) subiu ao palco montado na Piscina do Tropical Hotel, na noite do último sábado (20). Apresentando a "Tour Chorão Eterno", o grupo cantou novos e antigos sucessos da extinta banda que por 20 anos anos foi comandada pelo cantor, compositor, skatista e tudo mais, Chorão, encontrado morto em seu apartamento em março deste ano.
O público, formado em sua maioria por adolescentes, parece não ter se incomodado com o atraso não justificado da banda. Mas de fato, isso foi ignorado já nos primeiros segundos da "A Banca" no palco. A formação é basicamente a mesma do CBJr, sendo que Lena Papini assume agora o comando do baixo, marca registrada nas músicas do CBJr. E claro, falta o cara, tirando onda de skate e assumindo o vocal, que agora pertence ao Champignon (baixista da ex banda).
No repertório sucesso como "Quinta-feira", "Hoje eu acordei feliz", "Só os loucos sabem", "A Banca", "Samba Makosa", "Vícios e Virtudes", "Pontes Indestrutíveis", "Céu Azul", "Proibida Pra Mim", "O Preço", "Só Por Uma Noite", "Como Tudo Deve Ser", "Dias de luta, Dias de Glória" e várias outras que fica até difícil citar aqui. Mas, sem dúvidas, dois momentos foram marcantes. O primeiro quando Chorão aparece no telão principal do palco declamando trechos de seu último grande sucesso trabalhado em vida "Meu Novo Mundo" e em seguida "A Banca" toca a canção que mais parece uma mensagem do cantor sabendo que logo, logo o destino trataria de mudar sua vida e dos demais membros da banda. Eu confesso que me emocionei e cheguei a lagrimar. Porque talvez não tão diferente da mulecada que estava ali, CBJr fez parte da minha adolescência, claro que em outro momento, em outra fase, há alguns dez anos, por aí. (Putz dez anos!). Ahh cara, sei lá, eu curtia o cara...me amarrava no que ele dizia (cantava), mas "isso é só questão de opinião".
A segunda parte legal do show foi quando Alexandre, o Xande, filho do Chorão cantou "Lugar ao Sol". O garoto, que, aliás, lembra muito o pai, principalmente no modo de se vestir e andar, participa durante toda apresentação fazendo fotos dos músicos. Como estava bem próxima ao palco, foi possível ver a emoção dele em vários momentos, inclusive em "Meu Novo Mundo". Bela, homenagem.
Não entrarei aqui neste texto no mérito de julgar os caras da "A Banca", mesmo tendo algumas opiniões que possivelmente colocarei em outro post. De qualquer forma, vale a homenagem e a mensagem de que a vida permanece e tem que seguir. Claro que para quem é fã - e eu confesso que já fui - fica aquela sensação de que falta alguma coisa. Um skate no palco, uns palavrões, umas corridas e pulos, um gesto com o dedo, um grito de "Eu vim de Santos, porra"...enfim, falta ele. Ele que deu voz ao Charlie Brown Jr. Falta o Chorão, mas como o Champignon diz, agora é "A Banca".
Foi um puta show. Me emocionei em vários momentos. E Chorão estava ali sendo representado por aquela lua maravilhosa e fazendo eu me lembrar de quase dez atrás na Academia de Tenis onde aguentava pular do início ao fim do show (Hoje isso está fora de cogitação). Chorão não estava no palco, mas tava na voz de cada um que cantou hoje o que ele escreveu ontem. E o melhor, me fez ter saudade de ser fã. Apesar do atraso, o show foi foda!
"Fiz essa canção pra dizer algumas coisas
Cuidado com o destino
ele brinca com as pessoas
Tipo uma foto com sorriso inocente,
mas a vida tinha um plano e separou a gente"
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