Vamos nos dar as mãos, fechar os olhos e sair pelas ruas cantando Alegria, Alegria!
Caminhando contra o vento... Sem lenço e sem documento... No sol de quase dezembro, Eu vou...
O sol se reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas, em cardinales bonitas, Eu vou...
Em caras de presidentes, em grandes beijos de amor, em dentes, pernas, bandeiras, bomba e Brigitte Bardot...
O sol nas bancas de revista me enche de alegria e preguiça. Quem lê tanta notícia... Eu vou...
Por entre fotos e nomes, os olhos cheios de cores, o peito cheio de amores vãos... Eu vou...
Por que não, por que não...
Ela pensa em casamento
e eu nunca mais fui à escola. Sem lenço e sem documento,
Eu vou...
Eu tomo uma coca-cola
ela pensa em casamento
e uma canção me consola... Eu vou...
Por entre fotos e nomes
sem livros e sem fuzil, sem fome, sem telefone
no coração do Brasil...
Ela nem sabe até pensei
em cantar na televisão. O sol é tão bonito... Eu vou...
Sem lenço, sem documento. Nada no bolso ou nas mãos... Eu quero seguir vivendo, amor... Eu vou...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não..."
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